segunda-feira, 5 de março de 2012

Da fuck?

Sou continuamente criticada pelos meus familiares por não ser feminina, e isso até nem me afecta muito. É que estão a ver? Eu não posso ligar a tudo o que me dizem porque senão deixava de ser eu para ser a rapariga-bonita-que-faz-tudo-o-que-lhe-mandam. Mas de vez em quando até nem me incomodava ter qualquer coisa que não fosse a roupa do costume, sim porque no meu armário eu tenho a secção da roupa do costume e depois tenho a outra roupa, aquela que nos oferecem ou que por acaso até compramos num momento idiota e depois chegamos à conclusão de que não vamos usar, mas gostava que esse qualquer coisa fosse escolhido por mim. Então passei na Zara e vi um ou dois vestidos que até me agradaram bastante. Quer dizer, no Natal e Ano Novo e em algumas saídas não me importava de ter outra peça de roupa para usar que não fosse uma Woodie e umas sapatilhas ou uma coisa de cetim azul escura que está adequada para casamentos e pouco mais. Daí que mostrei à minha mãe alguns dos vestidos que me tinham agradado. Pensei que ela até ficasse satisfeita. Afinal ela é uma das principais activadoras do movimento a-minha-filha-é-maria-rapaz. O que eu de certeza não estava à espera era de que me perguntasse para que diabo queria eu aquilo.





«Para esfregar o chão! O tecido parece óptimo para limpar!»




O que raio se responde quando nos perguntam para que é que queremos um vestido?

Eu disse-lhe... bem disse-lhe que era para ocasiões de festa mas não tão formais como os casamentos, aliás nem espero por os pés em casamentos tão cedo. Por exemplo Natal e Ano-Novo.


E ela voltou a perguntar-me para que é que eu queria aquilo.

Quão mau é olharmos para a nossa mãe como se fosse retardada? Pois, não deve ser bom suponho.
Arrumei com a história do vestido, com um nada calmo "Esquece dassss!", e abalei dali.
Passados cinco minutos estava a falar com o meu pai e o meu irmão, num tom muito magoado, como se eu a tivesse ofendido profundamente, a dizer que não percebia porque é que eu queria aquilo e que eu tinha saído dali disparada sem lhe explicar... Oh god why?

Vou apresentar a minha demissão depois disto, desisto. Parece parvoíce mas por breves segundos pensei mesmo que lhe ia agradar o facto de eu pensar em adquirir um vestido. Já me passou essa ideia. Não volta a acontecer. Da próxima vez que quiser alguma coisa, poupo umas coroas meto-me num autocarro e vou lá comprá-la. Sozinha.

Vossa, Narniana

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