segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Puramente aconteceu

Foi algo curioso... mesmo muito curioso. Estava eu em mais um dia de férias solarengo, pleno Verão, Moreira... rio e tudo, regresso a casa, ver tv enquanto não se lancha... passo a mão macia pelas pernas para ver se precisam de creme... e sinto uma crosta. não duas e "Ai!" doía. Olhei com atenção e lentamente formou-se-me um sorriso nos lábios.

"Tio... - chamei - O que te parece isto?"
"Hum..." - hesitou; poupei-lhe o trabalho
"Uma mordida de cobra certo?" - perguntei com algum divertimento disfarçado.
"É isso de facto parece mesmo... é tu foste mordida por uma cobra..."

"Isso não é nada uma cobra! - meteu-se o meu avó lá do sofá - Deve ter sido um lagarto."

Abstive-me de lhe perguntar quantos lagartos de dois dentes afiados e finos conhecia ele que deixassem aquela marca.
Apresentei-lhe as duas pequenas crostas, lado a lado, com o ténue círculo negro em redor.

Ele olhou com atenção.



"É - acabou por confirmar - Isso de facto parece mesmo ser de uma cobra. Mas não te preocupes deve ter sido uma cobra de água."

Eu não sou médica... Mas se aquilo já tinha crosta e praticamente já não tinha negra se fosse de cair para o lado eu já tinha caído... por isso nem sequer estava preocupada. O raciocínio lógico é o essencial.

Mas pronto. Incorri na asneira de a minha avó ter ouvido a conversa. Ligou logo à minha mãe que quis falar comigo depois da fatídica declaração "A tua filha foi mordida por uma cobra!" provavelmente dita numa voz dramática, e mandou-me ir às urgências. Fui claro, relutante.

Queria lanchar, queria ficar sentada depois de outro dia no rio e sinceramente as urgências não me atraíam particularmente. Mas fui.

Cheguei a médica negou que fosse de cobra que devia ter isto e aquilo se assim fosse e eu revirei discretamente os olhos perante o palavreado. Raios a partam tinha dois dentes ali marcados junto um do outro! Era de quê? De libelinha? --' Chegou o meu médico disse que era de cobra passou um atestado de incompetência à outra, mandou-me vigiar aquilo, ficou meia hora a conversar com a minha mãe e o meu tio, e disse que podia ir para casa que não era preciso nada.

Resultado: desperdício de gasolina e do sistema nervoso da minha mãe e da minha avó.

Em qualquer caso eu só estava preocupada com um pequeno detalhe no meio disto tudo e a esse ninguém me respondeu: Como raio é que uma pessoa é mordida por uma cobra, e não vê nem sente nada?
Confusa-Narniana

Mimo de Mãe


Mãe independentemente das vezes em que nos chateamos, em que gritamos e choramos e cerramos os dentes e batemos com o pé no chão em negação, adoro-te.

Feeling cosy, Narniana

domingo, 20 de novembro de 2011

Puramente um acaso

Entrei ali puramente por entrar. Já tinha corrido todas as outras lojas portanto encontrei refúgio no melhor local que fui capaz de recordar. Uma livraria. Passeei o olhar pelas prateleiras do costume distraidamente. Peguei num livro "O Caderno de Maia", num gesto automático ignorei a capa e voltei para a contra-capa. Li o resumo. Um ligeiro sorriso assomou-me aos lábios. Isabel Allende que andas-te a escrever desta vez? pensei desinteressada. Folheei as páginas de letra miúda sem que uma só palavra me captasse o olhar. Desisti. Pousei o livro. De repente a minha mão parou no ar como que a meio de um movimento interrompido por algo que de facto me captou a atenção. Um livro verde. Com um dragão estampado. Seria de esperar que tivesse reparado nos cartazes enormes à entrada certo? Errado. Não ligo nunca a isso. Descubro por mim mesma os livros perdidos na imensidão das histórias que contam. Não preciso de publicidade. Aquilo de que gosto mais tarde ou mais cedo cai-me em mãos. Mas onde ia eu? Ah claro o livro. A mão que ia cair pendente junto do corpo ao invés ergueu-se para o agarrar com um frémito que fazia as pontas do dedos vibrarem deliciosamente. Senti a textura das folhas deslizar suavemente pelos meus dedos. Deixei que o leve aroma a novo e estranhamente conhecido se infiltrasse em mim. 850 páginas. Herança era o seu nome. Christopher Paolini o seu autor. A trilogia de 4... O fim de outra colecção excelente. Tentei ver as coisas pelo lado positivo: ia conseguir fazer o livro durar uma semana mesmo tendo em conta o meu apetite voraz e devorador. 850 páginas são sempre 850 páginas. Merecem um bocado de respeito. E ou muito me engano ou vou precisar de todos os meus neurónios ao viver este final.

Comecei uma pequena dança em plena livraria absorvida como estava com algumas palavras soltas que li... De repente recordei-me de onde estava, senti os olhos da funcionária postos em mim, mas não me voltei. Delicadamente pousei o livro e passei ao longo das restantes estantes exultante de alegria. Ela não podia perceber. Por isso nem valia a pena encará-la...

Estou feliz e triste.
Pronto.
É só.

Mixed up feelings, Narniana

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Doing some moves...

"Aquele rapazinho era o teu namorado?"

*expressão resignada*

«Não, somos amigos...»
"Mas podia?"
«Poder podia mas não era a mesma coisa!»

Nunca tive uma conversa mais honesta do que esta no tocante ao meu BF e ao que as pessoas pensam de nós. Essa rapariga deu-se ao serviço de perguntar, de ouvir a resposta e acreditar nela... até aqui foi a primeira e desconfio que ou muito me engano ou foi também uma das únicas e das últimas.

*feeling really happy 'cause now one person believe in what we say*


Sempre vossa, Narniana

sábado, 5 de novembro de 2011

Nova interface actualizada do bloguer

O porquê deste post? bem para começar à muito tempo que não posto nada e depois... fiquei boquiaberta.

Experimentei como o título indica a nova interface actualizada do bloguer, experimentar será algo muito forte já trabalhei com ela num outro blogue do qual faço parte juntamente com outra administradora, e honestamente filo para ver o número de visualizações. Estava à espera de um qualquer valor relativamente baixo como 200 e nenhuma delas recente ou coisa que de lá se aproximasse. Ora bem desde que o blogue existe há nem 4 anos atingi um total de 3789 visualizações. E só ontem foram 20! Eu não fazia a mais pequena ideia de que tanta gente clicava neste link... o que me leva ao motivo pelo qual criei um blogue sendo que neste momento escrevo em três e tenho dois em preparação.

Criei um blogue porque é uma ferramenta pouco ou nada usada pelo tipo de pessoas da minha idade que gosta de rebaixar os outros para sobressaírem. Assim teria um local inacessível à maior parte das pessoas que conheço onde poderia desabafar e como bónus nem teria de lidar com haters e afins. Porque usando o Hi-5 ou o facebook ou outra dessas redes a mais pequena exposição pessoal é total, e esmiuçada e esmifrada até ao tutano. Como sou simples e objectiva neste tipo de coisas, decidi que um blogue seria o ideal para não ter de lidar com tudo o que as restantes redes sociais envolvem. podia postar o que quisesse quando quisesse com conta e medida ou sem ela no meu jeito de ser e estar na vida sem recear ser depois confrontada com isso. Neste blogue está parte da minha vidinha patética. Fragmentos, memórias, coisas que não recordaria e outras que preferia não recordar. Se é um acto de cobardia escrever num blogue porque sabemos que não seremos depois confrontados com o assunto não está ao meu critério decidir. Na altura, e considerando a big mess em que a minha existência se encontrava foi o que achei ser melhor para mim.

E não não foi por me preocupar com o que os outros poderiam pensar e dizer de mim se lessem o que escrevo aqui. Foi simplesmente por não querer saber. Não achava ser importante a ponto de as pessoas se chatearem a fazer pouco de mim ou sequer a ler fragmentos da uma altura indefinida. Então... estou a contradizer-me. Não. Uma ou outra experiência encarregou-se de me mostrar que há um determinado número de pessoas que de facto se dá a esse trabalho. Para depois interpretar e espalhar à maneira e personalidade deles. Não quero.

Porque eu sou eu. Porque criei um blogue, vejo agora, com vista a ter uma expressão pessoal, mutável e transfigurável que reflectisse sempre a imagem de quem sou, de quem me quero tornar, e do que me ocupa a mente e o espírito numa dada ocasião. Não foi para fugir aos outros. Foi para me encontrar a mim. As restantes redes, com excepção talvez de tumbrl, são estereotipadas e formatadas de dada forma e maneira. Come quem quer. O blogue apareceu-me como um escape, uma forma de expansão completamente desconhecida que eu mesma podia alterar, experimentar, formatar ao meu formato e des-formatar quantas vezes quisesse. Foi por isso que criei um blogue. E é por isso que o mantenho, com ou sem actividade, por vezes relendo-me nele somente, sem acrescentar nada novo, por vezes, como hoje e agora a esta hora um pouco despropositada, a descobrir, ou reencontrar conhecimento desconhecido ou perdido nos recônditos da mente...

Boa noite leitores, clicadores e quem mais vier e entrar neste Fantasy World, cumprimentos Narniana