4 de Fevereiro: Comemoração do aniversário de Almeida Garrett

Este será além de um post para combate da minha ignorância uma espécie de crítica. Quem é que ainda não aturou as aulas sobre frei Luís de Sousa? Bem aqui vai:

Entrevista:

(entra Garrett pela porta do quarto)

G: Bom dia!

A: Sim de facto. Está um óptimo dia. Mas sente-se por favor.

G: Muito bem. O que quer saber?

A: Podia começar por nos contar um pouco de si não?

G: Ora bem começo por dizer que devíamos poder processar os pais pelos nomes que nos dão. Quer dizer em abono da verdade quem é que gosta de ter um nome comprido se tiver de assinar algum documento? Pois bem, João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett é o meu nome. Nasci no Porto em 1799 senhora.... Não era uma boa época. Vivi no Porto até aos dez anos... numas quintas na periferia de tão grande cidade. Mas o tempo era outro. Grandes mudanças ocorriam na sociedade de então. Fui um pouco de tudo. Poeta, romancista, dramaturgo, jornalista, exilado político, soldado, diplomata, deputado e com toda a certeza também devo ter sido homem.

A(com voz triste): Foi uma infância atribulada não é?

G: Decerto. Com dez anos todos nos mudamos para os Açores devido às invasões francesas... Era outra realidade... Aprendi muito com as histórias de encantar da Tia Brígida uma caseira de uma das quintas... Também adquiri algum conhecimento da cultura clássica, da filosofia moderna e da poesia arcádica graças a dois tios; em particular graças ao bispo Frei Alexandre da Sagrada Família. Mas corri o mundo! Não me fiquei pelos Açores. Com 17 anos fui a Coimbra para essa única e fantástica universidade. Encontrei um país estagnado, na miséria, abrindo lugar à instalação das ideias da revolução francesa. A primeira terminou com o enforcamento de Gomes Frei Andrade em 1817 e mais onze ditos conspiradores. Eu e outros estudantes mostramos a nossa fúria... Estávamos conquistados pela causa liberal e protestamos. Pessoalmente dediquei-me a discursos e poemas. Mal essa gente sabia que os movimentos secretos estavam em crescimento também. Em 1820 deu-se a Revolução Liberal... Senti-me arrebatado. Todos os cidadãos nasciam livres e iguais aos olhos da lei... A constituição... Publiquei muitas obras por esta altura... "Catão" certamente a mais significativa... Conheci Luisa Midosi... Apaixonei-me...

D. João VI regressa e em Outubro de 1822 jura a 1ª constituição Portugesa....

Casei, fui exilado, aumentei a minha cultura e influências, voltei, arranjei uma amante da qual tive uma filha que viveu muito pouco... era a altura da peste... a lengalenga do costume... que posso eu fazer?

A (distraída): De facto parece-se bastante com alguns de que já ouvi falar...

Agora o que eu gostava mesmo de saber é porque carga de ÁGUA É QUE VOCÊ NÃO FICOU LÁ NO ESTRANGEIRO PARA LIXAR A CABEÇA COM «FREI LUÍS DE SOUSA» E AFINS A OUTROS ESTUDANTES QUE NÃO NÓS?!?!?!?! E JÁ AGORA FAÇA-SE POR FAVOR ACOMPANHAR DO SEU COLEGA ESCRITOR EÇA DE QUEIROZ & CA. A nossa ignorância não é assim tão elevada que não saibamos distinguir os problemas, defeitos, e males da sociedade!!!

Aliás muito pelo contrário quando se trata de criticar e fazer comédia sobre o assunto o português é o primeiro a estar presente... seja lá o tema qual for desde futebol a casos mais diga-mos "desarollados" Portugal em peso está em cima do acontecimento. Portanto muito obrigada pela sua colaboração preciosa para nos mostrar o óbvio, se tiver descendentes faça o favor de lhes dar um tiro e ponha-se a andar daqui para fora.

É tudo por hoje. Peço desculpa por qualquer ofensa moral na qual possa ter incorrido... acidentalmente?